sábado, 7 de março de 2020

A Justiça Não É Orfã Isolada. A Política Acompanha-a, Na Sociedade Anónima De Responsabilidades


Todo esse mundo idílico, feito de muitos santos e poucos pecadores, ruiu. Não é um acaso. As investigações sobre a corrupção arrastam-se até se extinguirem por cansaço. Ou por causa de recursos sucessivos. Juízes, que julgávamos estarem a um passo de se tornarem anjos, afinal parecem ser comuns mortais. O Tribunal da Relação de Lisboa, a acreditar no que é relatado, parece uma mesa de jogo de um casino clandestino. Quem acredita no xerife? Só Al Capone.

Fernando Sobral, ECO

A Justiça não é orfã isolada. A política acompanha-a, numa sociedade anónima de responsabilidades. Exemplos não faltam. O sr. Chicão trocou todas as suas convicções sobre o aeroporto do Montijo depois de uma alegre cavaqueira com o sr. Pires de Lima. O sr. António Costa faz do Montijo a sua obra de regime. Mesmo contra o ambiente e a lei. Justiça e política beijam-se sem pudor. O Tribunal Constitucional, que o Bloco Central reservou para si, é um cozido à portuguesa para dois partidos. A Justiça, apesar dos esforços de magistrados, advogados ou funcionários sérios, parece o melhor bolo de chocolate do mundo. É partida e repartida pelos interesses que têm o monopólio do poder.


O problema é que a Justiça está agora à vista em trajes menores. Não é cega, surda e muda. Esquece-se de ver, só ouve o que quer, e só diz o que causa pouco embaraço. Deixou de ser respeitada. Os cidadãos percebem que outros valores se levantam. É uma versão distorcida do que Bart Simpson diz uma vez ao palhaço Krusty, que foi preso por evasão fiscal: “Desde que continues na televisão, as pessoas vão continuar a respeitar-te”. (ler texto completo)

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