De: Manuel Falcão |
Desde as pestes que assolam o mundo contemporâneo, à falsidade, conspirações e contorcionismo de quem vive o poder e protagoniza a política, não faltariam temas para Shakespeare se inspirar.
Sabe-se lá o que ele diria, por exemplo, do namorico entre António Costa e Viktor Orbán, dando cotoveladas sorridentes um ao outro em jardins de Bucareste. Recordemos as perfídias que se passam em Bruxelas e nos meandros europeus e, num exercício de abstracção, imagine-se que figuras do presente, destes dias de hoje, poderiam agora estar nas personagens principais de Hamlet, Macbeth, King Lear ou até Titus Andronicus.
O contorcionismo político é um exercício que se tornou corriqueiro, assim como o desprezo pela verdade, ofuscado por sorrisos plásticos em nome de um optimismo que tem por único objetivo mascarar a realidade - aconteceu isto, com Marcelo de mãos dadas com Costa a garantir que estava tudo bem nos primeiros momentos do incêndio de Pedrógão e agora no desastre que tem sido o desconfinamento em que ambos não resistiram a apadrinhar ajuntamentos como um espectáculo de humor, dias antes de os surtos explodirem em Lisboa, contrariando todas as suas piedosas declarações e garantias.
Aquilo a que assistimos há semanas é um desfile de absurdos. Uma tragédia vivida como se fosse uma romaria.
Manuel Falcão, JN
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