A vinda para Lisboa da fase final que a UEFA inventou para a Champions tem sido um fracasso. A repercussão interna já se previa diminuta. Mas havia a ideia de que Lisboa poderia ser citada, explicada e vendida a milhões de pessoas em todo o mundo, através dos jornalistas que viessem. Nada disso aconteceu. Ninguém reporta a cidade e o país. Falhou a suposta estratégia de divulgação. Mais grave ainda: nem os portugueses, que pagam parte da festa íntima dos clubes e dirigentes do futebol, viram o que quer que fosse nas televisões generalistas nacionais, uma vez que os direitos estão dados a uma cadeia codificada que praticamente ninguém tem. Nem sequer os cafés e bares que, aliás, estão limitados em termos de espaço, transmitem os jogos. Verifica-se uma completa ausência de interesse que começou nos média, mais interessados no Cebolinha e no Jesus e o seu magnífico léxico. Todo este desinteresse pode repetir-se na vinda da Fórmula 1 e do Mundial de MotoGP. Doravante era bom assegurar que tudo que o que se faça em tempo de pandemia e que possa não ter público nem retorno financeiro tenha como contrapartida uma repetição cá quando houver gente e as coisas trouxerem lucro. Desta vez fomos todos uns anjinhos. Realmente, quando a esmola é grande o pobre tem mesmo de desconfiar. Já devíamos ter aprendido isso. O mundo não melhorou por Guterres estar onde está ou por Barroso ter sido o que foi. Há coisas que fazem bem ao ego coletivo mas que se apagam num ápice ou nem sequer se dá por elas.
Eduardo Oliveira e Silva, JI
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