Falaram muito, mas fizeram pouco e sobretudo traduzem um sentimento de impotência face àquilo que está para vir e que se sabe que é pior do que temos hoje. Tanto Marcelo como Costa estiveram mal. Mais vale recorrer aos discursos claros com meia dúzia de folhas A4 para falar ao país do que aparecerem em comunicações e entrevistas desgarradas que mais parecem o confessionário de certos TV shows.
Num país onde se copia tanta coisa bastava ver como procederam recentemente Boris Johnson, Macron e os dirigentes belgas para ter uma ideia do que é comunicar em situações de crise. Para alguma coisa existem as comunicações formais ao país. Na política temos sempre muita parra e pouca uva.
No caso de Costa, o paradigma da desorientação foi o anúncio e o recuo na proibição de feiras. De duas, uma: ou era mesmo por causa da saúde pública e uma necessidade objetiva ou então houve um recuo político. Se foi um erro, tem de se perguntar se os ministros que estiveram a estudar medidas um dia inteiro estão minimamente à altura das suas responsabilidades. No caso de Marcelo, afinal, quais foram em concreto os erros de que se penitencia? Talvez não ter posto cá fora um caderno claro de exigências ao Governo que fosse para cumprir mesmo. Isso sim, fez falta.
(Excertos do texto de Eduardo Oliveira e Silva, Ji)
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