Os Açores têm alguns dos piores indicadores de educação, saúde e emprego do país. Têm a maior taxa de mortalidade, a menor esperança média de vida e a maior taxa de desemprego. Têm também dos menores índices de escolarização. Tudo isto são marcas do fracasso da governação socialista dos últimos 24 anos. O Jornal Público esta semana trouxe um excelente retrato da situação de pobreza no arquipélago, num raro, mas digno e bem conseguido, exercício de autocrítica ao modelo político-económico que habitualmente se defende naquelas páginas.
Vinte e quatro anos é muito tempo para que se possam apontar outros responsáveis pela situação actual. O PS esteve seis vezes mais tempo no poder nos Açores do que Passos Coelho (a quem se costumam assacar culpas por tudo e mais alguma coisa) esteve no poder no país. Por isso, esta realidade desastrosa tem responsáveis, e esses responsáveis são Carlos César e Vasco Cordeiro, que governaram os Açores neste período.
Cabe ao novo Governo regional demonstrar que não está ali apenas para mudar as cores das cadeiras, que tem um plano para desenvolver economicamente uma região cheia de potencial. E se, eventualmente, num cenário imaginário, o novo Governo vier a descobrir haver um niquinho de corrupção por lá, que tenham a coragem de tomar as medidas não só para a denunciar e combater, mas também para criar as condições para que não aconteça novamente.
Se, em vez disso, insistirem nas soluções que têm arrastado os Açores para a pobreza nas últimas décadas, terão perdido uma oportunidade única. Tudo aquilo terá sido em vão. As pessoas nos Açores e no resto do país estarão atentas. E saberão retirar as devidas extrapolações para a política nacional.
Excertos do texto de Carlos Guimarães Pinto, ECO
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