sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

A Relação De Portugal Com A Pandemia Tem Sido Uma Ilustração Perfeita Do País Que Somos.

 O dito “milagre” apenas aconteceu porque estávamos no terreno em que somos fortes – o curto prazo. Passado quase um ano, a debilidade estrutural do país veio ao de cima. A precariedade do emprego gerou mais desigualdades e exclusão, não se defenderam os mais desfavorecidos, não foram criados os recursos suficientes na saúde para responder a uma crise que desta vez era previsível e a comunicação tem sido medíocre.

Como é habitual, a política sobrepõe-se ao pragmatismo e ao interesse dos cidadãos. Os portugueses já não se sentem todos iguais e desconfiam dos seus líderes.

O longo prazo, que exige estratégia, planeamento, método, racionalidade, equidade e uma linguagem clara, já nos colocou no lugar do costume – muito pior do que a média. O país mostrou a sua pobreza, bem como as suas limitações sociais, políticas e institucionais.

Filipe Garcia, J Económico 

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