Os mais recentes desenvolvimentos nos nossos casos de justiça, entre o folclore de detenções à moda do Texas e (graças a um destratado Ivo Rosa) o início do julgamento do DDT, Ricardo Salgado, mostram o país que fomos e somos. O retrato é triste, sobretudo quando pensamos que, no ano 2000, ainda éramos uma promessa europeia, agora transformada num país à deriva. Em todos os níveis da política, nas finanças, na banca, nos seguros, nos fornecimentos de saúde, nas telecomunicações, na energia, nas grandes empresas e grupos, nos reguladores, nas polícias, nas Forças Armadas, na administração pública, na advocacia, nas magistraturas, na comunicação social e obviamente no futebol.
A justiça espetáculo disfarça incapacidades como as que fazem que Sócrates só responda em tribunal no ano que vem e mesmo assim porque Ivo Rosa acelerou o processo. Noutras latitudes, os que foram agarrados já foram praticamente todos julgados e condenados. Cá, a procissão vai no adro. A degradação dos regimes mede-se pela corrupção e a incapacidade da sociedade em estabelecer padrões de ética comummente aceites.
(Eduardo Oliveira e Silva, Ji)
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