Neste ponto surge um paradoxo e um dilema. Abandonar estas mulheres ao arbítrio Islâmico é um crime intragável. Retirar estas mulheres da sociedade afegã é condenar o país a cem anos de solidão e a cem quilómetros de cemitérios.
O Ocidente recorre então à religião humanitária para salvação dos seus erros políticos, estratégicos, militares. Entre o caos do aeroporto e o caos da história recente, o propósito é então o de estabelecer uma ponte aérea que liga o Inferno Islâmico ao Paraíso Ocidental, o Paraíso imperfeito em que se julga possível receber milhares de refugiados e com esse gesto proteger as consciências pesadas perturbadas com os gritos de Kabul em convulsão nas bocas secas com o pó das ruas. Carlos Marques de Almeida, ECO
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