quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Há Momentos Em Que A Injustiça Fica Mais Patente

1- É muito grande a ingratidão do povo e dos média em relação a certas figuras. E há momentos em que essa injustiça fica mais patente. Aconteceu há dias quando jornalistas embevecidos assinalaram os 20 anos do início do enchimento da albufeira do Alqueva, que alimenta a barragem. E quem apareceu no boneco das televisões? António Guterres. E porquê? (...)

2- Há muitas guerras de vaidades na investigação criminal entre, por exemplo, Ministério Público e PJ e entre esta e outras polícias, o que pode estar na origem deste estardalhaço. Foi um mau sinal. Neste caso, objetivamente, interessam três conclusões: a primeira, e vital, é que a chacina de estudantes da faculdade de ciências onde o autor frustrado estudava não aconteceu; a segunda, que pode haver na web interceções (fruto de investigação ou de acaso) que evitam ataques e salvam vidas; a terceira, que os média audiovisuais são facilmente manipulados e não sabem gerir situações deste género, embarcando (consciente ou inconscientemente) na tentativa desenfreada de ganhar audiências. Nunca tanta hora foi gasta com um ataque inexistente. Houve um empolamento lamentável dos factos. (...)

3- Aguardamos pelo Governo e pelas primeiras definições internas no PSD. No primeiro caso, será o que António Costa decidir. Há oito dias, entrou-se aqui na futurologia do momento e não vale a pena voltar. No segundo, serão mais uma vez os dirigentes e militantes do PSD a decidir. (...)

4As legislativas em números simples. Estavam recenseados 10.829.337 eleitores. Só votaram 5.647.496, ou seja, 51,19%. Dos votos que entraram nas urnas e foram validados, houve 189.365 que não serviram para eleger nenhum deputado de partidos em que os eleitores depositavam confiança. A esses se juntam 65.094 brancos e 54.299 nulos (ou seja, 119.393) que também não elegeram ninguém. Há ainda sobras de votos em partidos que são desperdiçados porque não chegam para atribuir mandatos. A tudo isto se juntou uma confusão que anulou cerca de 157 mil sufrágios de emigrantes, contabilizando-se apenas à volta de 15 mil. (...)

5-À hora de mandar esta crónica sabia-se que o Tribunal Constitucional (TC) deu razão a queixas apresentadas por alguns partidos sobre irregularidades ocorridas em mesas de apuramento do círculo da Europa, determinando a repetição do ato eleitoral. Obviamente a decisão do TC atrasa a instalação da nova Assembleia da República, a posse do governo e a aprovação do orçamento. É um facto inédito em 50 anos. Mostra que gerimos mal a democracia e que a incompetência reina na política. 

(Ler aqui o texto completo de Eduardo Oliveira e Silva no Ji)

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