quinta-feira, 31 de março de 2022

A Frase (65)

Em vez de recomeços, esta foi uma semana de continuidades. Tudo como dantes, mas em pior: há parlamento e há governo, mas não há ambição. E, sem ambição reformista, só daremos passos para trás.       (Alexandre Homem Cristo, OBSR)
 

Começou esta semana a nova legislatura, com as tomadas de posse dos deputados e dos membros do governo. Nos próximos quatro anos e meio (uma eternidade), serão estes os protagonistas que definirão o estado da nação. É caso para fazer soar os alarmes: o PS tem maioria absoluta e reforçará até 2026 a sua hegemonia, o governo foi construído para dar futuro ao partido socialista (em vez de ao país), não existe oposição organizada à esquerda (desfeita em frangalhos) ou à direita (perdida no seu labirinto). Marcelo pode lançar avisos, mas a realidade não se alterará: António Costa manda nisto tudo — como, provavelmente, ninguém mandava desde Cavaco Silva. (...)

O que esperar do governo que ontem tomou posse? Pouco, também. Com toneladas de dinheiro europeu para distribuir, António Costa desenhou um governo de partido, virado para a vida interna do PS, abdicando de figuras executivas que tinham provas dadas — como Pedro Siza Vieira e Alexandra Leitão. António Costa dispensou quem tivesse ideias próprias e escolheu a fidelidade. (...)

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