Cada vez que o PSD dá um ar da sua graça vem logo alguém do PS recordar, em tom acusatório, os tempos de Passos Coelho. Esquecem-se sempre de referir que Passos Coelho recebeu um país à beira da falência, após anos de governo do PS, protagonizados por José Sócrates. Esquecem que quem chamou a troika foi o Dr Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças de Sócrates, perante a iminência de o país colapsar.
A bitola de avaliação do PS em relação a dirigentes do PSD é a de rastrear se eram próximos de Passos Coelho. Imaginemos agora que o mesmo exercício se aplica ao PS. Para citar só dois casos relevantes tenhamos em conta que o actual Primeiro Ministro António Costa integrou um Governo de José Sócrates e o actual Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, idem.
Pois apesar disto o actual Presidente do PS, sempre muito assertivo, veio comentar o Congresso do PSD proclamando que o novo líder do PSD, Luís Montenegro, é “uma espécie de “heterónimo político de Passos Coelho”. Este é o mesmo Carlos César que em Maio de 2018, em declarações ao “Observador”, lembrou a “marca muito positiva” que José Sócrates deixou no país como primeiro-ministro.
Enquanto a política fôr feita assim o descrédito dos eleitores perante os políticos só terá tendência a crescer. Em matéria de heranças políticas vale a pena recordar que nos últimos 27 anos o PSD governou apenas sete, quatro dos quais para tirar o país da fossa em que o PS o deixou. Recordem-se disto nas próximas eleições. (Falcão, 'A Esquina do Rio') (continuar a ler)
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