Seja com dois “estados etnicamente puros”, seja na construção de uma barreira de protecção entre a exclusão e o apartheid, existe sempre o sonho da segurança num kibutz perfeito para além do céu. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
Todos têm uma opinião sobre Israel e a Palestina. Todos têm complexos de esquerda e reflexos de direita sobre Israel e a Palestina. Todos sabem qual é o lado correcto da história. Todos sabem qual é o lado errado da política. Mas ninguém sabe responder se é melhor um fim terrível ou um terror sem fim. Entretanto a morte passeia a sua lei em plena Terra Santa. (...)Israel e a Palestina estão ligados numa valsa da morte que persiste para além de qualquer bom senso ou moderação. Em certo sentido, partilham o destino de serem “vítimas históricas” de momentos distintos da História. Uma vítima que é vítima de outra vítima é parte de um romance. Um romance negro e vermelho de mortes.
Israel e a Palestina tocam-se num ponto improvável e comum. O que acontece às pessoas sem terra? Seja qual for a solução política concreta ou imaginada, o que se consegue preservar de cada povo? Leio algures que a realidade mais verdadeira se pode exprimir no modo como fazem a travessia de um lugar para outro. No final, são todos emigrantes e talvez “culturalmente assimilados”, em qualquer situação em que se encontrem na busca desesperada pela preservação de uma identidade. Esta é a continuidade mais profunda da vida de uma nação em exílio e simultaneamente em constante movimento.
Seja na solução de dois “estados etnicamente puros”, seja na construção de uma barreira de protecção entre a exclusão e o apartheid, existe sempre o sonho da segurança num kibutz perfeito para além do último céu. (ler texto completo)
Sem comentários:
Enviar um comentário