quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Perguntas Sem Resposta

 

Em 21 de março de 2018 (ou seja, há 5 anos e meio) o Presidente da República afirmou, e cito, que se impõe "uma estratégia global de erradicação da pobreza" em Portugal, "no terreno, e com uma ampla mobilização nacional".

Hoje afirmou que “são necessárias mais do que medidas ou apoios avulsos que, sem a devida monitorização e avaliação, nunca se constituirão como estratégicos”.

Em relação aos sem-abrigo, o Observador afirmava em 18 de abril de 2017 (ou seja, há 6 anos e meio) que “o Presidente da República colocou na agenda partidária e mediática a necessidade de ‘erradicar’ os sem-abrigo a prazo” e definiu 2023 para isso.

No entanto de 2019 a 2023 aumentaram 66% os sem-abrigo e agora Marcelo já não fala em mais do que “um prazo razoável”.

Pode discutir-se que seja erradicável a pobreza e dar casa a todos os sem-abrigo.

Louva-se a reta intenção do Presidente. Mas as perguntas subsistem:


a) faz sentido fazer promessas sucessivas que era evidente que não seriam cumpridas?

b) E, se faz sentido, de quem é a culpa do fracasso das promessas?

(José Miguel Júdice, Expresso)

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