Chega é outra coisa que ninguém sabe como contrariar na habitual placidez de uma democracia instalada e preguiçosa. (Carlos Marques de Almeida, ECO)Ventura é a sombra que ilumina a crise da democracia. Ventura é a luz que ensombra o grande consenso democrático. Um tribuno por excelência, um demagogo por vocação, um agitador por devoção, a democracia portuguesa não sabe o que fazer com o fenómeno Chega. Não é o discurso do medo nem a diabolização do partido que o vai parar. Não é a utilização de uma suposta superioridade moral da democracia que será o antídoto para o Chega.
O Chega é outra coisa que ninguém sabe como contrariar na habitual placidez de uma democracia instalada e preguiçosa. Talvez porque no estádio actual da democracia portuguesa Ventura é a hipótese política que conhece finalmente a sua hora. A aventura do Chega é um fenómeno que já não pode ser contido por “cordões sanitários”. Quando 21% dos portugueses está na disposição de votar Ventura, o Chega é parte da paisagem política portuguesa. E não é um regresso ao passado, mas o futuro pós-democrático em registo pluralista limitado. (continuar a ler)
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