Em rigor, André Ventura nem precisava de fazer campanha desde 2019; todos fizeram campanha por ele, a começar por um PS que viu no Chega o seu passaporte para a “mexicanização” do regime, ou seja, para se eternizar no poder. (João Pereira Coutinho, Sábado)
AD – Em teoria, era preciso reconquistar o centro e evitar a fuga de votos para a direita. Mas, como dizem os brasileiros, na prática a teoria foi outra: a votação da AD não destoa dos números que PSD e CDS tiveram em 2022. O “recentramento” do partido e o apelo ao voto útil terão, quando muito, segurado essa votação, o que não é negligenciável ante a espantosa subida do Chega. Agora, com um governo minoritário, só há uma forma de Luís Montenegro sobreviver: mostrando serviço aos portugueses – na saúde, na educação, na habitação, nas pensões, nos salários – para que uma “coligação negativa” do Chega e do PS seja de facto negativa para ambos. Para isso, é também necessário negociar com eles, ou pelo menos tentar: o maior favor que Luís Montenegro podia fazer a Pedro Nuno e a André Ventura era deixá-los sozinhos a brincar no recreio.
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