O súbito e acelerado aumento da componente parlamentarista da República está a revelar o pior da cultura política portuguesa. A pulverização em vez do pluralismo, o sectarismo no lugar das novas ideias políticas, a visão de que a política é a destruição do adversário e não a afirmação de uma qualidade política, tudo resulta num País que se deslaça por todos os lados entre as declarações de juras eternas e as promessas falsas. Deixou de existir a distinção entre o poder efectivo, o poder alternativo, o poder iminente. Os portugueses têm apenas direito aos poderes fácticos que integram as clientelas e excluem o País. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
Se Portugal precisa de dois para dançar um tango político, o País precisa apenas de um para estabelecer uma “tanga política”. Não é apenas a revisitação do infeliz slogan do “País de tanga” por parte do Governo, mas sobretudo a nova atitude de um PS oportunista, cínico, ofendido no seu entendimento exclusivo e dominante, que se dedica ao exercício parlamentar do calculismo hipócrita e de curto prazo. O Secretário-Geral do PS é uma negação do PS fundador da Democracia, insensível à ética republicana, educado nos jogos de salão dos corredores da política partidária onde tudo é troca e contra troca para tudo acabar com o PS no poder e o País devolvido a um jogo viciado de soma nula. Este é um PS sem memória onde só o PS é o partido natural do Governo. O PS está transformado num partido superficial e deslumbrado com o espelho de Narciso.
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