É o mesmo comportamento que observamos no supermercado, no elevador, na sala de espera do hospital, em todo o lado. Uma lenta decadência da ideia da importância do civismo. (Alexandre Borges, OBSR)Dirá que, na melhor das hipóteses, é saudosismo do cronista; na pior, superficialidade. Talvez, mas receio que não. A forma como nos apresentamos nunca é apenas a forma; para os filósofos antigos, era a forma que concedia a essência à matéria. Mas, se preferir uma reflexão mais prosaica, fiquemos por esta: se é assim que nos comportamos em público, imagine em privado.
Os nossos candidatos a líderes políticos são o exemplo acabado do colapso das boas maneiras: ser rude, grosseiro, ordinário, brejeiro, não só já não inspira vergonha; parece tomar-se agora por qualidade. Frontalidade, genuinidade, vir de fora do “sistema”. (...)
Se a elegância e a gentileza são coisas de outro tempo, deixem-nos estar, orgulhosamente, fora de moda.
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