(...) Reforçando a ideia de que temos um défice de investimento, convém explicitar que o peso do investimento no PIB foi de apenas 18,9% em 2023, muito abaixo dos 24% que se verificavam quando crescíamos muito mais. Para além disso, o capital por trabalhador caiu 10% nos últimos oito anos, quando deveria ter subido, sendo uma das principais explicações para a estagnação dos salários.
Esclarecida a necessidade de investir mais, é importante distinguir dois caminhos. O primeiro será atrair novo investimento, sobretudo estrangeiro, que não acontecerá se não concluir que é vantajoso, sobretudo em relação a localizações alternativas. A segunda via será desbloquear intenções de investimento que já existem mas que têm enfrentado os mais variados obstáculos, desde o atraso nos licenciamentos, aprovação de apoios públicos, etc.A diminuição do IRC é importante no primeiro daqueles caminhos, mas quase irrelevante no segundo. Para além disso, se esta queda da taxa de imposto não for politicamente consensual, não convence os investidores e não atrairá novo investimento. Correr-se-ia o risco de ter o custo da diminuição de receita fiscal sem o benefício de aumentar o investimento e o PIB, o pior resultado possível. (...)
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