Depois da decisão sobre o Orçamento, a política regressa à normalidade. Uma normalidade onde a instabilidade das mentes que mentem ainda se agita. O país tira um peso de cima e adia a realidade para depois. O PS que vota contra a consciência, mas que ganha tempo para a refundação. Um Congresso do PSD triunfante que celebra a criação de um império em seis meses. Toda uma oposição apática na sua impotência e que se desdobra entre delírios e declarações. Na verdade ninguém tem coragem para eleições. Por esgotamento, por cansaço, por cobardia, por conveniência, pela indiferença dos portugueses. No fundo, tudo é completamente indiferente uma vez que em Portugal não existe nem se propõe qualquer modelo político. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
O que está em causa é a própria liberdade e a organização social, pois se todos podem sentenciar e julgar, se as autoridades legítimas não são reconhecidas, como viver, respeitosamente, em comunidade? (Jorge Barreto Xavier, OBSR)
O debate orçamental foi muito rico. Tem sido, até agora. Não pelo conteúdo económico ou social, mas por alguns aspectos políticos. Não no sentido nobre do termo, mas na sua acepção de coreografia e comportamento. Nada revelou sobre o pensamento político dos principais partidos, mas muito exibiu das suas paixões menores, das suas armadilhas e provocações. Conhecemos hoje melhor, muito melhor, o PSD de Montenegro, o PS de Santos e o Chega de Ventura. Tal como disseram os seus protagonistas, bastou uma frase para iluminar todo o processo: “dado que não foi possível chegar a acordo, vamos ler o orçamento”! (António Barreto, Público via Jacarandá)
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