Maslow defendia que as nossas necessidades fisiológicas fundamentais (ar, água, comida, roupa, sono) devem ser satisfeitas antes das necessidades de segurança (emprego, saúde, propriedade), seguidas pelas necessidades sociais (amor, pertença, amizade), e depois pelas de estima (status, reconhecimento, liberdade, respeito). No topo da pirâmide, estaria a autorrealização — o “desejo de se tornar o máximo que se pode ser”.
Hoje essa pirâmide está invertida no Ocidente. A sobrevivência exige pouco — calorias, água e abrigo básico. Já a autorrealização moderna consome vastos recursos e tornou-se profundamente materialista. Vestem-se roupas não apenas para proteger, mas para afirmar o estatuto. Come-se não só para alimentar o corpo, mas para partilhar experiências. Adquirem-se produtos e vivem-se experiências não apenas para satisfazer necessidades, mas para representar quem se é. O topo da pirâmide cresce de forma desproporcionada, desequilibra-se e consome tudo o que está abaixo.
Até aqui, tudo bem — não fosse este modelo, cada vez mais evidente no Ocidente, estar a produzir homens fracos.
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