O debate sobre a crise da habitação em Portugal está a ser tomado por uma lógica perigosamente simplista. O problema é real — e sim, os preços de compra e arrendamento de casa atingiram níveis historicamente elevados, tornando o acesso à habitação cada vez mais difícil para uma parte significativa da população.
Mas as soluções propostas, sobretudo por setores à esquerda, são um misto de demagogia, obsessão ideológica e negação da realidade económica.
Estamos a assistir à repetição de um erro clássico: identificar o sintoma (preços altos) e propor um remédio que agrava a doença (controlo de rendas, congelamento de preços, mais subsídios à procura). O raciocínio é, claro está, politicamente sedutor: se as casas estão caras, então basta “obrigar” os preços a baixar. Mas esta visão ignora as regras mais básicas da economia — e tem consequências devastadoras. (...)
Em vez disso, o que se vê é uma tentativa dos setores à esquerda de “corrigir” os preços por decreto, impondo tetos, limites e obrigações que apenas reduzem ainda mais a oferta. O controlo de rendas é o exemplo de medida proposta mais flagrante. Apresentado como uma medida “social” e “justa”, esta tem um histórico comprovado de falhanços. (...)

Sem comentários:
Enviar um comentário