Numa era em que todos falam ao mesmo tempo, escutar tornou-se o mais subversivo dos gestos.
Vivemos cercados de som — o som das opiniões, dos comentários e dos emojis, o som dos reels e vídeos em loop, o som das notificações, das teclas, e tantos outros. Nesse mar de ruído, o silêncio é quase uma heresia.
Falar é o novo calar. Falamos tanto que já pouco dizemos. E, no entanto, quem se cala arrisca ser mal interpretado: o silêncio é visto como indiferença, desleixo, ausência de opinião própria, arrogância ou covardia. Já ninguém imagina que possa ser escolha, quanto mais uma escolha consciente. (...)
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