Luís Montenegro cometeu o erro de não perceber até que ponto se tinham degradado os serviços públicos, fazendo por isso promessas impossíveis de cumprir, como aconteceu no caso da Saúde. Vai ser preciso muita coragem política e sabedoria para inverter a tendência em que entrámos de degradação do Estado. Será provavelmente impossível sem um entendimento alargado entre os principais partidos, o que não nos deixa muito optimistas em matéria de expectativas, se considerarmos a dinâmica de insultos que se vive hoje no Parlamento. (...)
Na Educação, caso alguém tivesse olhado para além do curto prazo e do marketing político, ter-se-ia apercebido que, com as aposentações e a redução da procura dos cursos ligados ao ensino, iam faltar professores. Mas não se fez absolutamente nada, até a situação chegar ao que chegou hoje. Mas, claro, sempre com juras de absoluto amor e paixão pelo ensino público, enquanto se ia levando os filhos até à escola privada. Há aliás uma elevada correlação entre quem defende o ensino público (e o SNS) e usa exclusivamente os serviços privados, num paradoxo difícil de entender. (...)
O que temos de fazer agora é mais difícil e vai exigir de quem nos governa coragem e capacidade de execução, assim como apoio dos principais partidos. Não é tarefa fácil.

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