
Sabem todos que a dialéctica platónica decompõe o movimento do raciocínio em três tempos sucessivos — a tese, a antítese, e a síntese.
(...) Toda opinião é uma tese, e o mundo, à falta de verdades, está cheio de opiniões. Mas a cada opinião compete uma contra‑opinião, seja crítica da primeira, seja complemento dela. Na realidade do pensamento humano, essencialmente flutuante e incerto, tanto a opinião primária, como a que Ihe é oposta, são em si mesmas instáveis; não há síntese, pois, nas coisas da certeza, senão tese e antítese apenas. Só os Deuses, talvez, poderão sintetizar.
A estes escritos chamo antíteses porque representam, em sua íntima substância, contra‑opiniões, desmascaramentos, desilusão. À certeza com que cada um pensa o que julga que pensa convém opor a certeza com que se pode pensar o contrário, com que se consegue tornar lógico o absurdo [...]
(Fernando Pessoa)
Conclusão
A dialética platónica consiste em um debate, um diálogo de duas ideias opostas.
Para que pensamento e linguagem passem do contraditório a identidade de uma mesma essência é necessário superar esses contraditórios e chegar ao que é sempre idêntico a si mesmo.
Esta e a tarefada discussão dialética.
“Boas pessoas não precisam de leis para obrigá-las a agir responsavelmente, enquanto as pessoas ruins encontrarão um modo de contornar as leis” (Platão)
“Um homem razoável adapta-se ao mundo em torno dele.
Um homem não razoável espera que o mundo se adapte a ele.
Portanto, todo progresso é feito por homens não razoáveis.”
(desconheço autor)
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