Um dia, acordou de manhã e, horrorizado comprovou que tinha os pulsos algemados. Tentou tirar as algemas mas não foi capaz. Correu espavorido para a rua, ansioso por encontrar um meio para se poder livrar das algemas. Começou a caminhar, prisioneiro de uma grande angústia. Enquanto caminhava por uma ruela adentro, viu um ferreiro a trabalhar na sua ferraria. Encontrou e suplicou-lhe que o libertasse das suas algemas. O ferreiro,ficou totalmente livre. O homem libertado ficou extremamente agradecido e decidiu ficar a viver com o ferreiro. Dia após dia começou a admirá-lo mais e mais, e a atribuir-lhe ilusoriamente toda a classe de qualidades louváveis alheias ao ferreiro, um homem tosco e mal intencionado. o ferreiro começou a servir-se do homem como se fosse seu escravo e a ordenar-lhe os trabalhos mais miseráveis e penosos. Também começou a maltratá-lo, mas o homem prestava-lhe total obediência, cega e abjecta e, embora tivesse sido libertado das algemas, continuava mais algemado do que antes.
Nascemos livres e deixamo-nos acorrentar por ideias, opiniões, situações ou pessoas. A inclinação imatura para criar dependências de outras pessoas pode conduzir-nos a ser os seus servos. A verdadeira comunicação deve estabelecer-se a partir de um eu maduro e a partir da igualdade, nunca a partir das tendências para dominar ou para ser dominado .
Temos de ter cuidado para não nos deixarmos algemar novamente !
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