Originalmente, o touro deveria ser uma impressionante encarnação da força vital e da potência viril , embora simbolicamente a sua interpretação seja dúbia. Enquanto por um lado se impõe a força e sua natureza selvagem, a obtusa brutalidade dos seus ataques, do modo como é vivênciada pelo homem, incute medo.
Do ponto de vista histórico-religioso, o papel desempenhado pelo touro é extremamente significativo; igualmente significativo é o seu chifre, que lembra a face da lua.
Por outro lado, há inúmeros ritos simbólicos que se ocupam da vitória sobre o touro e o seu sacrifício.
Os cultos da antiga Creta, presumivelmente conhecidos nas formas análogas em outras culturas, fazem do touro o objecto de danças de carácter atlético-artístico, mediante as quais o homem tenta demonstrar a sua superioridade sobre a natureza do animal, que ele interpreta como obtusamente ferina.
Fertilidade, morte e ressurreição muitas vezes são associadas ao touro,como por exemplo no terdo-antigo culto de Mitra.
O Minotauro da antiga Creta, um ser híbrido de homem e touro, primeiramente é ocultado no Labirinto , mas depois é morto pelo herói Teseu.
As touradas difundidas na Europa sul-ocidental não podem ser consideradas apenas como competição desportiva, mas sim uma forma ritualizada de jogos taurinos tardo-mediterrâneos, que culminam com o sacrifício desse respeitado e temido representante da indómita força da natureza.
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