A ficção científica tem um termo interessante: ponto de singularidade, um tempo hipotético do futuro em que o progresso tecnológico se torna magicamente rápido, provocando uma profunda décalage em relação à realidade e às escalas e tornando impossível prever qualquer tipo de futuro, mesmo o mais imediato.
Uma abstracção filosófica, quiçá, mas que alguns pensam que poderá ser um dos fenómenos palpáveis do nosso tempo e um dos ex libris desse momento de viragem será, precisamente, enquadrarmos a nossa civilização como viajantes interestelares. Uma vez que já chegámos à "singularidade económica/financeira", aguardemos, com ansiedade, a tecnológica! (Fonte: Miguel Gonçalves,Coordenador Nacional da Planetary Society,J i)
Mas, há uma outra singularidade muito própria do nosso país. A "singularidade política", em que há uma décalage em relação à realidade, tornando impossível prever qualquer tipo de futuro. Só ainda não é um verdadeiro ponto de singularidade porque é lento, muito lento. Para imprimir uma aceleração razoável parece que alguém terá de se estatelar espalhafatosamente ou outros terão de ligar um super-motor para superar o medo do arranque. Aguardamos, com ansiedade uma das hipóteses, a bem do país - espero.
Sem comentários:
Enviar um comentário