terça-feira, 24 de abril de 2012

Opiniões ...


Na opinião do chefe do gabinete de estudos económicos do FMI, o problema que têm enfrentado alguns países da moeda única, nomeadamente Portugal, quando os investidores exigem mais juros para que se possam refinanciar, é que os Estados entram num círculo vicioso, porque não podem pagar o que lhes exigem.

"Os 'eurobonds' evitariam que isso acontecesse", sublinhou Blanchard, explicando que não se pretende que "passe a haver subitamente" um mercado único de títulos conjunto da dívida pública.

O que o FMI propõe é um recurso gradual aos 'eurobonds', "um início cuidadoso, em que se comece por emitir títulos conjuntos com prazos inferiores a um ano".
Para que os países participantes respeitem a necessária disciplina orçamental, "podia estabelecer-se que os que violarem o Tratado Orçamental serão excluídos do processo".

Assim, "na pior das hipóteses, um país poderia ter uma política financeira errada durante um ano", mas depois seria afastado de futuras emissões de 'eurobonds'.
Blanchard exigiu também, na entrevista ao FTD, que a Alemanha aceite uma inflação superior a dois por cento, enquanto durar a crise das dívidas soberanas, para corrigir desequilíbrios entre as economias da moeda única.
"Os alemães têm de saber se pretendem manter os seus elevados saldos positivos da balança comercial, mas se quiserem reduzi-los, têm de aceitar um nível de preços superior aos da restante zona euro", referiu.

Neste contexto, o economista do FMI lembrou que o Banco Central Europeu preconiza uma inflação máxima de dois por cento para toda a zona euro, e não para cada um dos países membros.

Assim, na actual crise, em que existe uma forte necessidade de harmonização na zona euro, "a taxa de inflação pode ser de dois por cento num dado país, e noutro país estar nos seis por cento", sobretudo para evitar que os Estados muito endividados sejam afectados por uma deflação, explicou Blanchard.(aqui)

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