É mais honesto assumir à partida que o país se vai governando como sabe e pode sem que os partidos da alternância façam um esforço para se entenderem, sem sacrificarem as táticas ditadas pelas suas agendas partidárias e pessoais à estabilidade de políticas que podia ajudar ao crescimento.
Entendimentos alargados? Isso é para países menores, para povos sem graça que não gostam de correr riscos. Bloco central? É coisa boa para os alemães. Entendimentos entre cinco partidos - dos democratas-cristãos aos verdes - para formar governo? É solução boa para os finlandeses. Por cá preferimos a emoção do próximo ‘drible' partidário e adoramos a adrenalina de não sabermos a data em que voltaremos a chamar a ‘troika'.
Quanto mais bem manipulados são os bonecos maior é a ilusão e melhor é o artista. Com a queda do pano somos ofuscados pela contraluz até percebermos que afinal não havia ali nada.
Paulo Ferreira, Económico
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