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De: Bruno Faria Lopes |
Para perceber politicamente este Orçamento do Estado há que compreender o que se passou na última semana entre Portugal e a Comissão Europeia. O braço-de-ferro não foi sobre o ritmo de ajustamento estrutural das nossas contas públicas – Bruxelas aceitava à partida, como acabou por aceitar (este ano, como no ano passado, para Portugal como para outros países), um ritmo mais lento (0,2 pontos em vez de 0,6). A razão era outra: os técnicos europeus olhavam para as contas com que o Governo dizia melhorar o défice estrutural em 0,2 décimas e viam o oposto: um agravamento significativo. Em Lisboa, as Finanças tinham tirado desse cálculo uma série de efeitos estruturais – em parte relacionados com as medidas dos acordos à esquerda –, sem incluir qualquer nota explicativa ou fazer uma abordagem pré-negocial. O truque caiu muito mal em Bruxelas e desde logo se percebeu que o Governo teria de recuar muito.
Bruno Faria Lopes,
Económico
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