A maioria parlamentar totalitária tenta, evidentemente, tapar o sol com a peneira: "nós mandamos e interpretamos a verdade, a lei e a Constituição como entendemos e para quem não entenda, porta da rua é serventia da casa". Mais. "Decretamos o fim do debate democrático e o esclarecimento público quando quisermos. Se for preciso, até combinamos tudo ao pormenor com o presidente da República para que nem ele nem nós fiquemos mal na fotografia".
Ora a "história" que Cavaco Silva conta não é muito distinta desta salvo em dois aspectos relevantes para o curso das coisas e o futuro do país.
Em primeiro lugar, Cavaco Silva nunca sentiu necessidade de bajular as esquerdas para ganhar duas eleições presidenciais, para ter boas sondagens ou para ser "popular" à força. Em segundo lugar, o PS de então não dava troco ao radicalismo esquerdista que hoje em dia condiciona a governação do país e o desempenho de outros órgãos de soberania.
De resto, a tentação de tudo controlar - e de abafar tudo o que possa perturbar a "descrispada" e alegre paz dos cemitérios reinante - é uma "experiência" já amplamente vivida. Só mudaram entretanto, e muito pouco, os principais condutores da "tenebrosa máquina" que se movimenta corrigida e aumentada. Herculano, em 1851, alertava para a necessidade de os políticos evitarem recorrer à lisonja ou "armarem à popularidade"
Fonte: João Gonçalves; JN
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