O que revolta mais não é [só] o que se fez mas a forma como se fez, exactamente pelo mal que os partidos estão a fazer a si próprios e, por essa via, a todos nós cidadãos e à nossa democracia. Numa altura em que os populismos estão em alta, em que os políticos estão desacreditados e em que Portugal tem um ex-primeiro-ministro acusado de crimes de corrupção, esta actuação dos partidos é um acto suicidário.
As medidas que foram para além do pedido feito pelo Constitucional parecem feitas à medida das necessidades de cada um e de todos. O aumento do limite para as contribuições favorece todos.
As reacções são ainda mais lamentáveis. Vimos o BE a querer desligar-se do grupo dos cinco, fazendo um comunicado autónomo, vimos um comunicado que juntou os outros quatro – PCP, PEV, PS e PSD – a defender que as alterações não aumentam a despesa pública numa mensagem reforçada ainda pela secretária-geral adjunta do PS Ana Catarina Mendes.
Como cidadãos, só nos podemos sentir revoltados com o mal que os partidos andam a fazer a si próprios, com estes actos suicidários que atiram lenha para quem quer desestabilizar as democracias.
(excertos do artigo de Helena Garrido no OBSR)
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