António Costa bem pode ter encontrado a fórmula mágica para lutar pela maioria absoluta em 2019, conseguindo bons resultados orçamentais e económicos conjuntorais, ao mesmo tempo que gere uma maioria parlamentar que é adversária de qualquer reforma estrutural e do investimento privado. Pode ter conseguido criar a maior carga fiscaldesde 1995 sem que nenhum sobressalto se verifique na opinião pública face às suas promessas de não aumentar os impostos. Bem pode até elogiar cinicamente o líder da oposição — verdadeiramente ausente da luta política, com prejuízo para o país.
Tudo isto pode ser feito perante o aplauso geral mas a realidade e os sinais de alerta estão aí. O Governo pode querer ignorá-los mas a realidade não desaparece com a mesma fórmula mágica.
A dívida pública tem uma rota de descida ainda muito tímida e os maus hábitos dos consumidores portugueses estão a regressar. Em 2017, os bancos emprestaram cerca de 15 mil milhões de euros em crédito à habitação e ao consumo — o que representa um aumento de 26% face a 2016 e já levou o Banco de Portugal a tomar medidas. Como uma reportagem recente do Edgar Caetano e do David Almas assinalava, as “pessoas já se esqueceram da crise”. Mas não deviam. Porque continuam a pagar as faturas apresentadas pelo BPN, BPP e BES na última crise e a política de juros historicamente baixos induzidos pelo Banco Central Europeu deve terminar em 2019. (excertos do artigo de Luís Rosa, OBSR)
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