Paulo Tunhas, OBSR
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
Esta É A Frase
«A ineficácia do governo é colossal. E até a indiferença: Costa paira sobre tudo a uma altura em que não arrisca visão de detalhe algum. Manda os seus ministros da Saúde, os pobres, prometerem o que sabem não poder cumprir. E não o podem cumprir, entre outras coisas, em virtude das decisões do próprio Costa: a “lei das trinta e cinco horas”, as cativações de Centeno e todos os truques que quotidianamente inventa para manter o equilíbrio entre as obrigações europeias e a possibilidade de uma maioria absoluta. No meio estamos nós, cidadãos inermes.»
Paulo Tunhas, OBSR
E, na origem de tudo, uma mentira, uma enorme mentira que é o mito fundador do seu governo: o da viragem da “página da austeridade” irresponsavelmente aberta entre nós por Pedro Passos Coelho. A obscenidade desta mentira não tem limites e conta-se entre as mais negras páginas de vigarice que a política portuguesa produziu nas últimas décadas. Por causa dela, é impossível não conceder a, por exemplo, professores e enfermeiros (estes efectivamente muito mal pagos), uma razão formal que não desaparece com um passe de mágica. A justificação plena das suas reivindicações assenta directamente na inominável propaganda que o governo promoveu e de que continua a alimentar-se, na mentira sobre o passado e sobre as razões do passado, uma mentira em relação à qual não recuou um só milímetro. Há mentiras que não se podem reconhecer sem cairmos imediatamente num alçapão. E cair num alçapão é o horror no qual Costa vive e do qual foge a sete pés, por maior que seja a indignidade do exercício acrobático e a desgraça dos seus compatriotas.
Paulo Tunhas, OBSR
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