(Joana Marques Vidal, Renascença).
Esta semana, foi conhecido o relatório de 2018 do Conselho da Europa no qual Portugal é colocado entre os países que menos implementaram recomendações contra a corrupção vindas de Estrasburgo. Sendo que os juízes e deputados são aqueles que têm mais medidas em falta.
Francisco Assis dá razão a Ramalho Eanes no diagnóstico da corrupção como um fenómeno alargado em Portugal. No programa "Casa Comum" da Renascença, o eurodeputado cessante do PS considera que a sociedade portuguesa ainda não está mobilizada para erradicar a corrupção.
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes alerta para a existência de uma “epidemia de corrupção” em Portugal, atribuindo responsabilidades aos partidos políticos.
“Os critérios do saber, da competência e do mérito foram, por vezes, substituídos pela fidelidade partidária", apontou Eanes, esta segunda-feira, durante uma conferência intitulada "Portugal - as crises e o futuro", organizada na Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES), em Lisboa.
Para Ramalho Eanes, é neste ponto que "radica em muito a epidemia da corrupção que grassa na sociedade portuguesa, debilita a confiança social e contribui para a sua degradação em paralelo com um sentido crítico que, felizmente, tem vindo a crescer”.
A “epidemia de corrupção” é alimentada por uma “cultura de complacência”, mas também pelo sistema partidário e por um arco do poder - PS e PSD, mas também ocasionalmente o CDS” - que “colonizou” a administração pública.
Sofia Afonso Ferreira, JE : A doença crónica da corrupção combate-se reformando o sistema eleitoral e a administração pública, e dotando de meios as instituições responsáveis pela manutenção e fiscalização do poder político, garantindo a sua capacidade de operar sem intimidação.
Pedro Cuvelo , JN Dez 2018 : Os custos para Portugal da corrupção cifram-se em 18,2 mil milhões de euros por ano, mais do que o orçamento anual para a Saúde. No conjunto da UE as perdas devido à corrupção ascendem a 904 mil milhões de euros anuais.
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