Há uma incapacidade doentia para não conseguir afirmar um ponto de vista, a defesa de uma ideia, de uma instituição ou de um projeto, sem ser pelo ataque dramatizado, desqualificado ou insultuoso. Há uma incapacidade de aduzir factos e argumentos para sustentar a sua posição perante o outro ou quem pensa diferente.
A proliferação de sinais de sectarismo e de intolerância está presente em quase todas as realidades que implicam interação entre diferenças, na política, no desporto e na sociedade, sendo uma preocupante epidemia social.
É certo que existe presunção de inocência, que a justiça deveria de investigar sem condenar previamente com violações do segredo de justiça e que são muitos os interesses que se expressam numa campanha eleitoral, mas é aceitável que um titular de cargo público tenha conhecimento de uma farsa ilegal, que dê conhecimento do conhecimento em mensagens com outro político e nada tenha feito para pôr cobro à situação? Há tribalismo que se possa sobrepor à gravidade da evidência não negada, aliás de um protagonista que nos tempos da ERC perguntou a um assessor de imprensa se falava com jornalistas? Não será intelectualmente insultuoso aceitar que um titular de cargo político tenha este comportamento, não desmentido por nenhum dos intervenientes, e que esforço empreendido tenha sido proclamar o “não assunto da coisa”?
(Excertos do artigo de António Galamba, Ji)
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