Nesta semana, foram protagonistas, sobretudo o seu presidente, de um lamentável pretexto que fomentou a intolerância a propósito do 25 de Abril. Criaram o anátema de rotular como antidemocratas aqueles que chamaram a atenção para as medidas em vigor no âmbito da pandemia e que se opunham a uma reunião alargada.
Quem projectou um debate de saúde pública em debate ideológico, colocou-se no lugar, não de quem deve dar o exemplo, mas daqueles que se julgam acima de qualquer lei e ostentam como argumento privilégios que julgam ter para contrariar as instruções do próprio Governo sobre matéria de saúde pública.
Deram, mais uma vez, prova de um completo autismo e de uma incapacidade em compreender a comunicação - podiam ter aproveitado para criar uma celebração virtual da liberdade melhor que os discursos monótonos e repetitivos com que brindam as reduzidas audiências que seguem as cerimónias oficiais, e que cada vez se assemelham mais a exéquias do que a festa. Foram, em última análise, o reflexo do pior que existe no degradado sistema político-partidário actual, verdadeiros dinossauros excelentíssimos.
Um ex-deputado socialista, mais lúcido que os actuais, escreveu no Facebook sobre a polémica criada: "A AR, com o seu presidente à cabeça e a pronta anuência do Presidente da República, conseguiu o que não passaria pela cabeça de um cão tinhoso: pôr uma boa parte dos portugueses contra as comemorações do 25 de Abril."
Manuel Falcão, 'Dinossauros excelentíssimos' JN
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