sábado, 4 de abril de 2020

A Carência De Vitamina D Em Portugal, Já De Si Dramática, Tenderá A Ser Fortemente Agravada ...

... Pelo Recolhimento Domiciliário A Que A População Está A Ser Aconselhada E, Sensatamente, A Aderir.

A catastrófica epidemia de COVID-19 a que todos estamos expostos a nível global tem concitado da população um movimento forte não apenas de preocupação e adesão aos cuidados propostos, mas também de solidariedade para com os mais vulneráveis e com os profissionais de saúde.
A vitamina D merece séria consideração neste contexto.
A sua importância radica essencialmente em 4 pontos:
  1. A carência de vitamina D agrava o risco de infeção respiratória e a sua suplementação em pessoas carenciadas diminui, comprovadamente, esse risco.
  2. A carência de Vitamina D é altamente prevalente na população portuguesa.
  3. O convite ao isolamento social e a permanência em casa, especialmente num período de inverno/primavera, fará agravar a já esmagadora prevalência da carência de vitamina D da nossa população.
  4. A suplementação é barata e segura.

A vitamina D e o risco de infeções respiratórias

Entre as consequências nefastas de carência de vitamina D está o aumento do risco de infeções respiratórias. É forçoso reconhecer que não temos dados relativos especificamente ao COVID 19, mas será igualmente forçoso considerar provável que as implicações da Vitamina D sejam idênticas nesta condição em particular. Os fundamentos científicos para esta expectativa são muito vastos e sólidos, incluindo evidência relativa a outras estirpes de coronavírus. ([1],[2])
Duas revisões sistemáticas recentes, com meta-análise ([3],5) de estudos científicos rigorosos, o nível mais alto de evidência científica, concluem que a suplementação de vitamina D é segura e eficaz na prevenção e infeções respiratórias. Citando diretamente as conclusões de Martineau e col (2019) em trabalho para o National Institute for Health Research (EUA)([4]): “A suplementação de Vitamina D mostrou-se segura e protegeu contra as infeções respiratórias agudas em geral. Os indivíduos com deficiência grave e aqueles que não receberam terapêutica em bolus tiveram benefícios significativos”.
A carência de Vitamina D em Portugal
Num trabalho que publicámos recentemente ([5])- Prevalence of Vitamin D deficiency and its predictors in the Portuguese population: a nationwide population-based study-, reportamos os resultados de um estudo sobre o estado de vitamina D na população adulta a nível nacional. Nele demonstramos que mais de 2/3 da população portuguesa tem níveis insuficientes de vitamina D.

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