O líder do PSD apontou o dedo aos gestores bancários, quais abutres à espera que as suas presas morram à sede no deserto.
Na década de 70, Otelo Saraiva de Carvalho queria acabar com os ricos e ouviu Olof Palm dizer-lhe que na Suécia queriam acabar com os pobres, Em 2020, Rui Rio não quer ver os bancos com lucros em 2020 e 2021 (nos anos seguintes, já podem ter tal pretensão). Preferirá, portanto, bancos com prejuízos a somar a uma crise sem paralelo. Sim, foi Rui Rio, não foi Catarina Martins nem Jerónimo de Sousa (embora pensem exatamente o mesmo).
O ataque de Rui Rio à banca é errado na forma e na substância. Sim, seria intolerável que os bancos usassem as linhas de crédito com garantia de Estado para ‘limparem’ o balanço ou para reestruturarem ou diminuírem os créditos passados, e terá de haver penalizações duras para as administrações que promovam essas práticas. Há relatos de casos, não confirmados, que nos dizem que algumas práticas não serão as mais adequadas. Mas ao dizê-lo da forma que o fez, e no sítio que o fez, Rio disse aos portugueses para não confiarem nos bancos e sobretudo para desconfiarem dos seus gestores. Serão culpados até prova em contrário.
O que Rui Rio disse é popular, até populista, mas exige-se mais qualquer coisa do líder do PSD. Rui Rio até trabalhou num banco entre a saída da Câmara do Porto e a liderança do PSD, portanto, não foi assim há tanto tempo. Foi membro do comité de investimentos do BCP Capital (entidade que entretanto já foi extinta), dava o seu parecer a projetos de investimento daquela capital de risco. Sabe, deveria saber, que não há economia saudável sem bancos saudáveis, e também não há bancos com lucros com clientes falidos. Quando as empresas entram em dificuldade, os bancos vão a seguir, mais cedo ou mais tarde. (ler texto completo)
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