Carlos Pinto, Ji
Começam a conhecer-se algumas das sequelas da crise económica. Quatrocentos mil desempregados, 1,2 milhões de trabalhadores em layoff, 700 empresas fecharam portas no primeiro trimestre, o banco alimentar não tem mãos a medir (mais de 60 mil pessoas terão buscado apoio para comer).
Só mesmo o círculo de exemplaridades do regime deve acreditar ter ainda virtualidades bastantes para responder à tragédia económica e social que está a desenhar-se.
E, aqui, as instituições “exemplares”, Presidente, Governo e oposição falham em toda a linha, atuando como a orquestra “titânica”.
Ora, Portugal, entretido em troca de laudatórios mútuos, um Portugal declarado de titulares de cargos públicos exemplares num país de mão estendida, é uma aberração institucional averiguada.
E um perfeito embuste na sua génese e razão mais profunda.
O que, ontem, o Presidente da República foi fazer a Ovar foi deixar implícito, talvez injustamente, que o mais importante é o quadro interpessoal que garanta o apoio à sua reeleição, reforçando o gentlemen’s agreement de um bloco central não escrito, uma nova união nacional integrada por PS e PSD.
Se assim for, que não demorem a passar certidão, porque o interesse nacional não mora nas presidenciais; mora na economia e não pode esperar por estes jogos e rodriguinhos.
(excertos do texto de Carlos Pinto, Ji)
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