A luz e a sombra parecem ser opostas. É dito, pelas correntes espirituais dos nossos dias que para existir uma, terá que se suprir a outra. Mas será verdade?
O que é a sombra? A sombra não é mais do que a silhueta de algo opaco, que ao ser iluminado não deixa passar por si a luz, passando esta ao seu redor, certo? E o que é a luz? É um foco que irradia luminosidade em todas as direções, ou apenas numa, correto? Então, haverá sombra, sem existir luz? E não será que sempre que haja um foco de luz, não vai existir igualmente uma sombra?
É impossível existir um sem o outro, pois ambos se complementam. Para conhecermos um, temos que reconhecer o outro. É como o bem e o mal, o certo e o errado, a alegria e a dor, na verdade não são polaridades distintas, são sim faces de uma mesma moeda. Sem vivenciar e sentir um deles, não vamos conseguir reconhecer a plenitude do outro e no final, do seu todo.
Resumindo o inicio desta partilha, quanto maior for a luz, mais pequena se torna uma sombra, podendo esta nunca deixar de existir, a não ser que a luz envolva todo o objeto / obstáculo. Lê bem isto, “a luz envolva todo o objeto / obstáculo”, ou seja, a luz não elimina a sombra, ou compete com ela, limita-se a brilhar, a expandir-se e por fim, a envolver o corpo que estava a originar a sombra, deixando esta de existir.
Que seja também este o nosso propósito. Sentir, ser, viver e sem fazer por isso, sem forçar, vamos brilhar, crescer, expandir… vamos ser o que simplesmente somos, pequenas centelhas incandescentes.
( Paulo Marques)
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