O vice-presidente e os outros membros da direcção do clube não sabiam de nada. Os do clube, os da SAD, os financeiros, os contratadores de jogadores, os quadros de topo e os intermédios, os funcionários — não sabiam de nada. Nunca viram nada. Nunca ouviram nada. Nunca leram nada. Nunca desconfiaram de nada. Nunca souberam de anteriores buscas. Suspeitas. Notícias. Décadas delas. E nunca disseram nada porque não sabiam de nada. Agora dizem que amam o clube que deixaram roubar e se calhar também roubaram. Pedem unidade. Luís Filipe Vieira nunca existiu: não consta no comunicado da direcção do clube; não consta na declaração do agora presidente interino, que também nunca fez nada de mal nem sabe de nada. Ele apenas ama o clube, muito, muito, muito.Os dos bancos entregaram dinheiro que não era deles ao suspeito do costume. Não havia nada para verificar e garantir: Vieira era o líder.
Nos canais de TV, os comentadores do clube, próximos do clube e sabe-se lá que mais pelo clube, disseram que estavam em choque. Porquê? Porque, dizem eles, não sabiam de nada. Nunca viram nada. Nunca ouviram nada. Nunca leram nada. Portanto, nunca disseram nada. Eles amam o clube, muito, muito, muito. Eles pedem unidade. Para estes, que remédio, Vieira existiu, mas é passado, não se fala mais disso, é preciso é amar o clube e bláblázar sobre o seu futuro.
Eduardo Cintra Torres, CM
1 comentário:
Quando o exemplo vem de cima...
Enviar um comentário