Do debate do Estado da Nação fica-me uma sensação que posso resumir numa única palavra: bloqueio.
De um lado, temos um Governo exaurido nas suas forças, com ministros que não escondem a sua vontade de rumar a outras paragens, ministros que nunca verdadeiramente chegaram a sê-lo e ministros que mais não são do que um pesado embaraço. Pior do que isso, temos hoje um Governo sem rasgo, sem fôlego, sem qualquer vontade de reformar o que quer que seja, e que se agarra ao PRR como quem se agarra a uma lista de presentes para distribuir por várias clientelas do Estado, em vez de olhar para a oportunidade para ambicionar desbloquear uma economia que há 20 anos diverge da Europa.
Infelizmente (daí o bloqueio), o cenário não é mais animador do lado das oposições. À direita, a verdade é que não existe uma visão alternativa consistente. Há, aqui e ali, críticas pontuais, ataques conjunturais, mas ninguém verdadeiramente articula um projeto alternativo credível. De lado algum se vê crescer uma liderança convincente. A tudo isto acresce uma oposição à esquerda congelada nos equilíbrios táticos do pós-geringonça. (...) Nesta fase da nossa vida política, confesso-vos que prefiro o desconhecido da turbulência futura ao marasmo bloqueado deste nosso presente. (continuar a ler)
Nota: Esta é a visão de Pedro Norton (Visão) sobre o a situação política do país, também a minha e a de muitos de vós. Só não vê quem não quer. É preciso refrear e colcar um travão neste descalabro assumindo também a nossa resposabilidade neste processo.
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