domingo, 19 de setembro de 2021

É Penoso Ver Que Portugal, Com Estes Anos Todos De Apoio, Ainda Está Entre Os Países Atrasados”.

A centralidade que a “bazuca” adquiriu no discurso político e na prática de governação nos últimos meses é reveladora.A forma como se está a “vender” o PRR ao país sublinha um dos nossos problemas de fundo: a primazia é dada ao dinheiro que há para gastar e não aos resultados económicos e sociais que se podem e devem atingir com essa despesa. 
O foco é sempre, mas sempre, a taxa de execução e não o retorno dos projectos.
Claro. Gastar é fácil. Gastar mal gasto é mais fácil ainda. Difícil é maximizar a rentabilidade económica e social dos gastos. E esse é, como sabemos, um problema clássico que temos e que está bem demonstrado na performance do país nas últimas décadas e no vergonhoso aproveitamento que fazemos das pazadas de dinheiro que os contribuintes europeus aqui despejaram desde a adesão.Elisa Ferreira, hoje comissária europeia com este pelouro, conhecedora do país e insuspeita, disse-o há três meses: “É penoso ver que Portugal, com estes anos todos de apoio, ainda está entre os países atrasados”. É penoso hoje e sê-lo-á mais ainda daqui a uma década, quando olharmos para o impacto do PRR.

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