(António Galamba,Ji)
Um Orçamento de Estado nunca é uma linha reta. Tem muitas curvas, marginais, rotundas e becos sem saída, algumas vias rápidas, mas os andamentos são muitos determinados pelas cativações, o que está escrito para não ser gasto, e pelas teias das burocracias de quem tem o poder de autorizar que se faça. Quantos projetos marinam de ano para ano, sem chegarem ao ponto de rebuçado, do adocicar do eleitorado ou dos interesses mais ou menos gerais? Quantas cabimentações são feitas para afagar as expectativas, sem intenção de materialização. A falta de visão estratégica para o país, a imprevisibilidade e a incapacidade de gerar sustentabilidade nas respostas aos problemas estruturais, às necessidades do quotidiano e aos desafios do futuro, num contexto esquizofrénico de falta de senso e de ânsia pela sobrevivência política, aprofunda todos os riscos do exercício.
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