sexta-feira, 22 de outubro de 2021

A Política Portuguesa Alimenta Uma Fraude Democrática, Económica, Social E De Valores

  A política portuguesa alimenta uma fraude, que não é apenas democrática, mas também económica, social e de valores. Porventura a corrupção será a sua maior consequência

 Em Portugal podemos pensar e dizer tudo o que nos passe pela cabeça em liberdade, mas isso não quer dizer que exista um verdadeiro regime democrático. Desde logo porque o acesso à comunicação social não é para todos, porque existe uma barragem de comentadores permanentes muito influentes, em particular nas televisões, o que modela o pensamento de uma grande parte da opinião pública, e porque existe um muito baixo nível médio de educação e de formação política na sociedade portuguesa. Porventura não menos importante, será a existência de um crescente número de cidadãos desiludidos que desistiram de participar na vida política e deixaram de considerar o voto como importante.

Seja como for, a verdade é que a opinião pública e publicada, mas também a visível nos resultados das diversas eleições e das sondagens, revela uma apreciação desfocada da realidade. O exemplo porventura mais evidente é o do julgamento negativo feito por milhões de portugueses da governação de Pedro Passos Coelho, julgamento que está longe de ser uma análise séria e equilibrada daqueles quatro anos. De facto, a governação do PSD/CDS retirou Portugal de uma situação de descrédito internacional com efeitos extremamente graves na economia e nas finanças nacionais e deixou o país numa situação completamente diferente, para melhor, da forma como o encontrou. Tendo recebido cerca de 7% de défice no orçamento do Estado deixou a António Costa um défice de pouco mais de 3%. Tendo herdado uma dívida pública de 117 % do PIB e juros de mais de 7%, legou ao governo seguinte uma dívida de 129% do PIB, é verdade, mas as taxas de juro da dívida a dez anos rondavam os 2%, ou seja, a crise de credibilidade tinha sido ultrapassada.

O segundo erro de apreciação de muitos portugueses reside na forma como julgam as políticas sociais e económicas dos governos de António Costa e a qualidade dos governantes, deixando-se iludir com a barragem de promessas do PS e das supostas conquistas do PCP e do Bloco de Esquerda. De facto, são estes dois partidos que acusam com frequência o Governo de não cumprir as promessas feitas, sendo que as promessas concretizadas se destinam principalmente a criar o apoio eleitoral ao PS, ou não são sustentáveis do ponto de vista financeiro, ou são injustas. (continuar a ler aqui)

(Henrique Neto, Ji)

1 comentário:

Anónimo disse...

"...O que temos hoje é o chamado centralismo democrático da ex-União Soviética, com que uso fazer humor dizendo que é uma democracia onde os chefes escolhem os índios e estes agradecidos elegem os chefes....".
Parabéns. Só é pena que foram precisos mais de 40 anos para perceber esta fraude eleitoral.