Baste à tua volúpia o sonho raro
de tecer a distância. Ou a infância
aprisionar em castelos de areia.
A fronteira se perde em vago oceano,
e os veleiros de um mundo singram veias
de ácido e lodo. Fica no teu reino,
aqui é teu momento de repouso.
Não mais o medo desta solidão,
nem silvos de vinganças rastejantes:
talvez a morte de nascer apenas.
Ultrapassar a linha deste mapa
é o mesmo que gritar na pedra sem
que te responda o eco de ninguém.
(poemas e sonetos selecionados de
"Fronteira do Reino", 1988, Ed. João Scortecci)
Cícero Acaiaba (1925-2009)
Sem comentários:
Enviar um comentário