A entrevista do Presidente da República representa o estado do país analisado de todos os lados e percorrido em todas as direcções. Quando fala de política, Marcelo acaba sempre por falar de si mesmo. O Presidente parece estar sempre a falar com o coração nas mangas, mas observa a política com o calculismo cerebral de quem observa a paisagem. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
Na paisagem política de Marcelo, Marcelo nunca aparece, confunde-se com a floresta institucional enquanto disseca cada ramo político. Para o Presidente, a política é um jogo de ocultação e de revelação, de análises sofisticadas e de observações assassinas. Desde uma maioria “requentada e cansada”, o “ano perdido pelo governo”, as minudências do “ cucumis melo”, os conselhos sobre os professores, os avisos sobre o SNS, passando pela sugestão inocente.
Depois da entrevista, os portugueses ficam com uma mão vazia e com outra mão cheia de nada. Portugal parece que tem direito a um governo inteiro pela metade.
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