O sistema foi projetado para contornar as artérias bloqueadas na perna e restaurar o fluxo sanguíneo para o pé através das veias. [Imagem: LimFlow] |
Arterialização
Uma nova tecnologia em testes em um ensaio clínico nos EUA demonstrou ser capaz de evitar a amputação em mais de 75% dos pacientes que corriam risco desse procedimento radical.
A técnica envolve a arterialização transcateter do sistema venoso profundo.
A técnica de arterialização das veias foi proposta inicialmente há mais de 100 anos, mas foi somente quando se entendeu que o fluxo sanguíneo precisava ser direcionado para as veias do pé que os membros puderam começar a ser salvos.
O ensaio clínico, chamado PROMISE II, analisou 105 pacientes com isquemia crônica com risco de membro. Eles foram tratados com o sistema minimamente invasivo, projetado para contornar as artérias bloqueadas na perna e restaurar o fluxo sanguíneo para o pé, o que é feito através das veias.
Todos os pacientes haviam recebido indicação para amputação antes do procedimento experimental e tinham feridas que não cicatrizavam nos pés, sobretudo úlceras diabéticas.
Os dados mostraram que 76% dos pacientes conseguiram manter as pernas e tiveram feridas completamente curadas ou cicatrizadas seis meses após o procedimento. A dor também foi significativamente reduzida. A isenção de mortalidade por todas as causas foi de 87% em seis meses.
"Este procedimento é a única opção para um subconjunto de pacientes com doença vascular grave que correm o risco de amputação de seus membros," disse o Dr. Daniel Clair, da Universidade Vanderbilt (EUA). "Pacientes com diabetes de longa data e doença vascular grave no próprio pé geralmente não têm como restaurar o fluxo sanguíneo suficiente para o pé para curar feridas. No passado, a maioria desses pacientes acabou perdendo seus membros."
Artigo: Transcatheter Arterialization of Deep Veins in Chronic Limb-Threatening Ischemia
Autores: Mehdi H. Shishehbor, Richard J. Powell, Miguel F. Montero-Baker, Anahita Dua, Jorge L. Martínez-Trabal, Matthew C. Bunte, Arthur C. Lee, Andrew S. Mugglin, Joseph L. Mills, Alik Farber, Daniel G. Clair
Publicação: New England Journal of Medicine
Vol.: 388:1171-1180
DOI: 10.1056/NEJMoa2212754
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