segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Fique Atento E ...

1- O Governo e o PS querem dominar o mercado, a vontade de centenas de milhar de proprietários, de investidores, de inquilinos, como se fosse possível. Não será. Aliás, o Mais Habitação já teve o “mérito” de assustar o mercado, de criar incerteza, e isso levou a menos oferta, a preços mais elevados, a uma vida mais difícil para aqueles que o Governo e o PS dizem querer defender.

O Governo entrou, definitivamente, em modelo absolutista. Numa matéria crítica, a escassez de habitação a preços adequados para os rendimentos dos portugueses, o Governo vai insistir numa estratégia que não tem o apoio de ninguém (as abstenções do PAN e do Livre não contam), nem no Parlamento, nem em Belém, nem nas câmaras municipais, e mais importante, não tem o apoio dos que têm capacidade para investir, dos que têm imóveis para pôr no mercado. Os ataques ideológicos ao alojamento local, com um condicionamento imobiliário, as limitações às rendas e a bandeira do arrendamento coercivo são pontos que afastam quem é mais necessário. As outras medidas, como a simplificação, não chegam para compensar um intervencionismo do Estado e para criar condições de confiança de que vale a pena investir.

(António Gosta, ECO)

 2- O PS fala nas “contas certas” e aplica uma factura fiscal que transforma Portugal no país onde se paga mais impostos per-capita. (...) 

Os impostos são o grande mito da política nacional. Por preguiça ideológica e esgotamento políticos, não se olha o país como uma realidade complexa em que os impostos são o resultado da consistência da economia. Ninguém pensa como tornar economicamente próspero o país. Mas todos pensam como extrair rendimentos políticos de um país pobre que pratica salários ridículos. E sobre os salários ridículos cobram impostos para distribuir pobreza.

Associado à obsessão dos impostos surge uma outra questão acessória, exuberante, sombria, sensacionalista, minimizada pelo establishment, maximizada pelos excluídos do circuito institucional. Refiro-me obviamente à questão da corrupção. A primeira observação sobre a corrupção em Portugal é afirmar que Portugal não é um país corrupto. No entanto, as suspeitas voam por todos os lados na referência a um “país inorgânico” que foge à “moral fiscal” e que acumula estatuto e rendimentos.

Nas “trincheiras da corrupção” o Estado democrático é desafiado na sua omnipotente soberania. Primeiro, porque convive com uma “economia informal” que não paga impostos. Segundo, porque o Estado está quase sempre associado ao circuito secular da grande devassa dos recursos do próprio Estado. No fundo, o Estado é o grande “moralista fiscal” e o grande “imoralista fiscal”. Porque cobra a quem não deve cobrar e não cobra a quem deve cobrar. Neste ponto os “vícios da democracia” casam com “as velhas doenças de Portugal”. E nada a bem da nação.    (Carlos Marques de Almeida, ECO)

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